30 de dez. de 2007

After Darwin

de TIMBERLAKE WERTENBAKER | encenação CARLOS ANTÓNIO
cenografia e figurinos DANIELA ROXO | desenho de luz CARLOS ARROJA
interpretação ANDRÉ LEVY, MANUEL COELHO, RITA CALÇADA BASTOS
produção TNDM II | 4ª a SÁB. 21h30 DOM. 17h00 |
Dois actores e uma encenadora encontram-se a ensaiar um espectáculo onde é retratada a relação entre Darwin e o comandante do navio Beagle, o capitão Fitz-Roy, homem de espírito religioso e colérico, pouco atraído pelas descobertas científicas que Darwin foi realizando ao longo dos cinco anos da viagem de circum-navegação que ambos realizaram.

A relação entre o capitão Fitz-Roy e Darwin vai tornando-se cada vez mais tensa, assim como a relação entre os actores que os representam e a encenadora.

A partir deste enredo, uma complexa luta pela afirmação da individualidade de cada personagem vai-se desenhando. A selecção natural do mais apto irá ditar o vencedor. Mas haverá vencedores nas questões mais profundas sobre o sentido da vida?

Um espectáculo onde o pensamento darwiniano é aplicado não apenas ao mundo biológico, mas também ao mundo cultural e ao teatro, considerado como manifestação superior de cultura de uma espécie.

Em simultâneo, o Teatro da Politénica está a conduzir «Darwin no Jardim» visitas guidas especiais ao Jardim Botânico de Lisboa. Um guia botânico fala das maravilhas florísticas do Jardim — uma verdadeira pérola verde no coração de Lisboa, onde encontramos por exemplo o maior espólio de palmeiras a céu aberto do mundo — acompanhado por Charles Darwin (André Levy), que recita textos da sua Autobiografia e do Diário do Beagle, referindo as suas impressões durante a sua circunavegação a bordo do HMS Beagle sobre botância, geologia e antropologia. Todos os Domingos às 15h30, ou durante a semana sob marcação (Tel. 213 940 455)

4 de dez. de 2007

E Agora Baixou o Sol

texto Miguel Castro Caldas
encenação Bruno Bravo
Com Anabela Brígida, Bruno Simões, Raquel Dias, Ricardo Neves Neves e Tiago Viegas
co-produção Primeiros Sintomas e Teatro Maria Matos

E Agora Baixou o Sol retrata o quotidiano de uma família constituída por duas mães, dois pais e um filho e a forma como lidam com o desaparecimento do avô simbolizado por uma montanha. Esta peça estabelece os contrastes entre o mundo rural e o mundo urbano e aborda as várias fases de crescimento do filho e as questões que ele vai colocando em relação ao avô e ao mundo que o rodeia.

Se tu és uma criança e eu sou um adulto ouve: então existe entre nós uma diferença fundamental. Eu sou mais alto. Se eu agora fosse do teu tamanho não conseguia chegar aos pedais porque a minha bicicleta entretanto ficou com umas rodas desmedidas, andam sempre devagar. Tu, se fosses do meu tamanho, ias pensar que estavas à janela de uma torre de uma qualquer Beja. As minhas mãos, por exemplo, posso abarcar a tua cara toda só com uma mão aberta. Portanto ficamos assim, eu com as minhas mãos a olhar para baixo e tu com a tua cara toda a olhar para cima. Mas se esticarmos os braços ainda conseguimos dar um bacalhau. Talvez um dia te lembres de tudo, vá-se lá saber.

2 de dez. de 2007

Foder e ir às Compras [Teatro da Politécnica]

Texto de Mark Ravenhill | Tradução de Ana Bigotte Vieira
Encenação de Gonçalo Amorim
Com Carla Maciel, Carloto Cotta, Pedro Gil, Pedro Carmo e Romeu Costa.
Espaço Cénico Rita Abreu | Adereços e Figurinos Ana Limpinho e Maria João Castelo
Sonoplastia Sérgio Milhano | Desenho de Luz José Manuel Rodrigues
Assistência de produção Andreia Carneiro | Direcção de Produção Mafalda Gouveia
Uma co-produção Primeiros Sintomas / CCB
(Mais Informações e fotos)


Teatro «na tua cara» (in your face) - sexo, violência, e esparguete atirado pela ar. A vida humana reduzida (ou simplificada) aos seus elementos darwinianos: sobrevivência e reprodução, que na nossa sociedade consumista, estranhamente, se traduz por dinheiro e sexo. Robbie (Pedro Carmo) procura sexo, mas sem a interferência de relações pessoais, que se podem tornar numa dependência tão potente como uma droga. Gary (Carlotto Cotta), um prostituto adolescente, procura um pai, mas que o domine e viole. Lulu (Carla Maciel), uma atriz instintiva, vende prazer fácil, sejam drogas ou sexo telefónico. Mas Robbie (Romeu Costa) ao deixar-se levar pela atração física e sentimentos de generosidade, exaltados por extasy, oferece todas as pastilhas que deveria ter vendido. Brian (Pedro Gil), que emprega Lulu para vender drogas, surge como o personagem mais ajustado ao código amoral do consumismo, e lembra o sádico deo filme Naked (de Mike Leigh).

Sobre a encenação por Gonçalo Amorim.

Sexo torna-se uma maneira de arranjar dinheiro, A produção impressiona pelo

O que Sabemos? [Teatro da Politécnica]

«O Que Sabemos?»
a partir de QED de PETER PARNEL
encenação AMÂNDIO PINHEIRO
com JÚLIO MARTIN e MARIA JOÃO FALCÃO
produção TNDM II
29 de Set a 15 de Dez 2007
No Museu da Ciência
(Mais informações)
Comentários do blog De Rerum Natura:

No Laboratório Chimico na Rua da Escola Politécnica em Lisboa (Museu de Ciência da Universidade de Lisboa) está em cena uma peça de teatro sobre o físico Richard Feynman: "O Que Sabemos". Richard Feynman (1918-1988) é um génio da física, um dos maiores físicos do século XX. Não nasceu a tempo a tempo de participar na criação da teoria quântica (que ficou pronta por volta de 1926), mas utilizou-a de um modo bastante criativo. Foi o autor de trabalhos essenciais sobre electrodinâmica quântica, isto é, o estudo da interacção da luz com a matéria, que lhe valeram o prémio Nobel de 1965, usando métodos originais. Aliás, a extrema originalidade foi uma marca do seu trabalho em várias áreas da física.

Foi também um grande pedagogo, muito apreciado pelos alunos: os chamados "livros vermelhos" de Feynman ainda hoje são úteis a quem está a aprender física (são mesmo "livros de culto"), tal como o resumo "O Que é uma Lei Física" (edição portuguesa da Gradiva).Esteve ligado à resolução de vários problemas práticos, como por exemplo a causa da explosão da nave Challenger da NASA.

E foi o autor da ideia da nanotecnologia, a engenharia à escala atómica e molecular, que hoje está tanto em voga.Foi ainda um grande brincalhão, um físico divertido. Os livros "Está a Brincar, Sr. Feynman!" e "Nem Sempre a Brincar, Sr. Feynman!" (também publicados entre nós pela Gradiva) estão recheados de histórias curiosas que ilustram bem essa sua faceta.

A peça "O Que Sabemos" , em exibição no belo cenário do Laboratório Chimico de Lisboa, dá uma ideia bem sugestiva da mente e da vida de um sábio incomum!